Resident Evil Requiem: o renascimento do horror em Raccoon City

Em Resident Evil: Requiem, o grande destaque é a protagonista Grace Ashcroft, uma agente analista do FBI com pouca experiência de campo. A história do novo jogo começa quando Grace é enviada para investigar um corpo encontrado no abandonado Hotel Wrenwood, o mesmo local onde sua mãe, Alyssa Ashcroft, foi brutalmente morta anos antes.

10/3/20253 min read

Em junho de 2025, durante o Summer Game Fest, a Capcom revelou oficialmente Resident Evil Requiem, o nono título principal da franquia, dando o pontapé inicial em uma nova era para a saga de sobrevivência zumbi. A previsão de lançamento é 27 de fevereiro de 2026, para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC (via Steam) e também para o Nintendo Switch 2.

Um protagonista com ligações profundas ao passado

O grande destaque da revelação é a protagonista Grace Ashcroft, agente analista do FBI com pouca experiência de campo. A história de Requiem começa quando Grace é enviada para investigar um corpo encontrado no abandonado Hotel Wrenwood — o mesmo local onde sua mãe, Alyssa Ashcroft, foi morta anos antes.

A trama promete abrir rachaduras entre o passado e o presente da mitologia Resident Evil, explorando não apenas uma nova protagonista, mas também reconectando a narrativa a um título menos lembrado da franquia, “Outbreak”, no qual Alyssa aparecia como repórter investigativa.

Vale notar que, inicialmente, havia planos para que Leon S. Kennedy retornasse como personagem jogável. Contudo, a equipe decidiu não seguir por esse caminho, alegando que o tom de horror intenso desejado para Requiem não combinaria com um protagonista já acostumado ao combate e à ação.

Jogabilidade: uma fusão de perspectivas e tensão

Uma das mudanças mais notáveis anunciadas para Requiem é a possibilidade de alternar entre primeira-pessoa e terceira-pessoa em qualquer momento do jogo, via menu de pausa. Isso democratiza a experiência de horror para diferentes estilos: quem quer imersão total pode escolher a visão em primeira pessoa; quem prefere uma visão mais tradicional pode optar pela terceira pessoa.

Além disso, a versão em terceira pessoa traz animações “exclusivas” que reforçam momentos de fragilidade da personagem em situações de pânico — tropeços, quedas e perda de equilíbrio aparecem para enfatizar sua vulnerabilidade.

Nos primeiros trechos mostrados nos eventos, o jogo já demonstra clássicos elementos de survival horror: uso de iluminação dramática, escuridão como inimiga, pistas visuais sutis e encontros tensos com criaturas bizarras. Em uma das cenas, Grace está amarrada a uma maca, com sangue sendo sugado para frascos — imagem que reforça o tom visceral e sombrio que Requiem parece abraçar.

Outro detalhe interessante: o título faz uso de renderização avançada, como path tracing e tecnologias de iluminação em tempo real, sombras e oclusão ambiental, para dar mais realismo e atmosfera às cenas.

Retorno a Raccoon City e ligações com a mitologia clássica

Desde os trailers iniciais, fica claro que Requiem quer revisitar cenários icônicos: a cidade de Raccoon City aparece em ruínas, com prédios destruídos e a famosa delegacia surgindo como um símbolo do passado assombrado da série.

As referências a Resident Evil Outbreak são fortes: o parentesco entre Grace e Alyssa funciona como um elo narrativo direto entre os jogos menos lembrados da série e esta nova fase. Em análises preliminares, jornalistas apontam que elementos como “fita de tinta vazia” (remetendo ao sistema antigo de salvamento) já aparecem na demo, o que pode indicar um retorno às raízes da jogabilidade clássica.

Expectativas e desafios

Com três anos desde o último grande lançamento, Requiem carrega uma enorme responsabilidade: agradar tanto fãs antigos quanto novos.

Do lado positivo, Requiem tem muito do que se orgulhar: proposta ousada de alternância de câmeras, foco no horror emocional, fortes ligações com a mitologia da série, e uso de tecnologia de ponta para reforçar a ambientação.

Por outro lado, há desafios claros:

  • Equilíbrio entre horror e ação: nos títulos mais recentes, a série oscilou entre puro horror e ação cinematográfica. Requiem precisará encontrar seu lugar ideal entre os extremos.

  • Risco de desapontar fãs clássicos: muitos esperam que Requiem recupere a tensão e os puzzles mais tradicionais sem se perder em artifícios modernos.

  • Narrativa ambiciosa: conciliar a trama pessoal de Grace com grandes revelações da mitologia não será tarefa simples.

  • Inovação vs. tradição: a alternância de câmera é ousada, mas pode gerar divisões entre jogadores que preferem estilos fixos.

Concluindo, Resident Evil Requiem se mostra como uma tentativa ambiciosa de revitalizar a franquia, trazendo uma protagonista nova e emocionalmente complexa, reinserindo elementos clássicos do horror e alavancando tecnologia moderna para criar uma atmosfera opressiva e realista. Sua proposta de alternar livremente entre primeira e terceira pessoa pode ser um divisor de águas, oferecendo liberdade e opções para diversos tipos de jogador.

Se a Capcom for bem-sucedida, Requiem poderá marcar um ponto de virada para Resident Evil — um retorno às suas raízes sombrias com coragem para explorar novos caminhos. Preparem-se: o limiar do medo será despedaçado em 27 de fevereiro de 2026.